
O Banco Central (BC) divulga nesta terça-feira (18), às 10h, no Recife, o seu Boletim Regional, publicação trimestral cujo objetivo é trazer uma visão das regiões do País a partir de dados e indicadores econômicos. Mesmo com a apresentação oficial marcada, os números de alguns Estados já começaram a circular, incluindo os de Pernambuco. Segundo os números da instituição, entre os Estados que cresceram acima da performance nacional de 0,9% – indicador que é visto como uma prévia do PIB, que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatísticas (IBGE) em março –, a economia de Pernambuco ficou logo acima, com 1,1% de crescimento durante o ano o ano passado.
Em dezembro, o governo do Estado divulgou que até o terceiro trimestre a economia de Pernambuco havia crescido 1,5%.
No Nordeste, o Ceará lidera o crescimento com 1,7%. O Estado que mais cresceu, segundo o BC, foi o Amazonas (4,6%), seguido de São Paulo (2,8%) e Santa Catarina (2,5%). Dentre aqueles que cresceram menos que a média nacional, aparecem Minas Gerais (0,6%), Bahia (0,2%) e Espírito Santo, onde a economia encolheu 1,3%.
O economista Guilherme Tinoco, compilou parte dos dados em postagens no Twitter, nesta segunda (17), e salientou que o Estado de São Paulo representa 1/3 da economia brasileira e cresceu três vezes mais que o País. Nesta mesma lógica, Pernambuco, que tem um peso de apenas 2,7% na economia nacional, cresceu 22% acima da média brasileira, se distanciando ainda mais da pujança paulista. Segundo o economista, o crescimento pífio e até decrescimento de ES, MG e Ba podem ser explicados pelo “efeito Brumadinho”.
Qual foi o comportamento da economia dos estados em 2019?
Hoje o BC divulgou os índices de atividade regionais (cobrem 13 estados).
Destaques positivos: AM, SP e SC
Negativos: ES, BA, MG
Vale notar que SP representa 1/3 do PIB brasileiro e cresceu 3 vezes mais pic.twitter.com/tkAvs8hdPq— Guilherme Tinoco (@gtinocolh) February 17, 2020
Um dos motivos para a performance de Pernambuco pode ser atribuída à indústria do Estado, que encolheu 1,3% em 2019, num resultado pior do que o brasileira (-1,1%). São Paulo, como referência, registrou um leve crescimento de 0,2% e o Amazonas, que aparece como o Estado que teve a economia mais dinâmica em 2019, cresceu em 4% neste setor da economia. Em Pernambuco, a indústria vem perdendo participação na atividade econômica. Passou de um peso de Valor Adicionado Bruto (VAB) de 21,9% do PIB estadual em 2010 para 19,7% em 2016, segundo os últimos dados disponibilizados pela Agência Condepe Fidem.
Setor de serviços
Já no setor de serviços, principal atividade de Pernambuco, com VAB de 76% na economia do Estado, a performance foi tímida, com crescimento de apenas 0,5%, enquanto o Brasil cresceu 1% e o Amazonas, novamente se destacando em primeiro, com uma performance de 3,9%. Em São Paulo, o crescimento foi de 3,3%. No 3º trimestre o PIB brasileiro cresceu 0,6% puxado por serviços e indústria, segundo divulgou o IBGE em dezembro.
O setor que mais puxou a economia pernambucana no ano passado foi o varejo ampliado (que inclui veículos e material de construção), com crescimento de 2,3%. Neste segmento, O Brasil teve um desempenho de 3,9% e São Paulo, 5,3%. No varejo restrito, o crescimento do Estado foi de 0,5%, enquanto no nacional a performance foi de 1,8%, segundo dados do IBGE. Até setembro o crescimento do varejo no estado era de 0,1%.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, e o analista do banco Fábio Silva vão detalhar nesta terça (18) o conjunto de informações sobre as diversas regiões, com ênfase no Nordeste e no Estado de Pernambuco, a partir das 9h, na sede do BC, no bairro de Santo Amaro.
Fonte JcOnline
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